sexta-feira, 8 de agosto de 2014

RESENHAS: "Flor de Mel" de Alice Vieira




"Às vezes, nas histórias da avó Rosário, aparecia uma menina a quem eram concedidos três desejos. E ela escolhia moedas de oiro, palácios de cristal, mantos de arminho. Se Melinda fosse essa menina nesse momento, escolheria apenas uma cama, uma janela, e a Geninha sem voz de «martògéna». "








Título: Flor de Mel
Autor: Alice Vieira
Editora: Caminho
Data de Edição: 1986 


Sinopse
"Depois da morte da avó, Melinda tem vivido em sombrias casas de acolhimento. Agora encontrou calor e segurança com a mãe Joana e o André pequeno. Lembra-se de uma mulher que lhe fazia festas e dizia: «Flor de mel.» As explicações, semelhantes a contos de fadas, para a inexplicável ausência da mãe dão a Melinda algo a que se agarrar. Mas o pai volta para levá-la a um encontro com a sua "nova" mulher, que ao leitor atento parece a própria mãe de Melinda. Um raro livro, com um equívoco final feliz."

Como Chegou Até Mim?
A primeira vez que li o livro devia ter uns nove anos e estava na minha segunda escola. Lembro-me que na altura tinha gostado muito. Estranho, não me lembrava que era tão infantil!
Um Pouco da História...
O livro conta a história de Melinda que, muito nova, ficou sem a mãe. A única memória que ela guarda da mãe é uma canção “flor de mel, flor de mel, flor de mel à flor da pele.” No inicio, Melinda vive com o pai e com a avó que lhe conta histórias de encantar sobre a sua mãe, dizendo-lhe que foi escolhida para ser rainha do palácio das dioneias. No entanto, quando a sua avó morre, Melinda vai embora e passa por muitas coisas até encontrar um lar, percorrendo várias casas diferentes e conhecendo a única coisa comum a todas elas, a sua fada madrinha, que sempre a conforta apesar de lhe falar em forma de enigma.

Alice Vieira
Escritora portuguesa de livros infantis e juvenis, nascida em 1943. Neste domínio da literatura, ganhou em 1979 o Prémio do Ano Internacional da Criança, com Rosa, Minha Irmã Rosa. Tem publicado regularmente obras em volume - entre elas, Chocolate à Chuva (1982) e Graças e Desgraças da Corte de El-Rei Tadinho (1984) -, sendo paralelamente redatora do Diário de Notícias e responsável editorial por literatura para a infância e juventude.
I Say...
O livro é um pouco triste pois ao longo dele a personagem principal, Melinda, sente-se sempre rejeitada. Devido a isso ela não deixa de conservar o seu mundo imaginário nem de o alimentar, refugiando-se nele sempre que preciso. O final é um pouco confuso pois não consigo entender se ela fica com uma madrasta ou se é mesmo a sua mãe, embora não como Melinda a idealizara.


















Frases
«A Sara tem muitos filhos e filhas, que todas as manhãs traz debaixo do braço para casa da Mãe Joana.
- E não há quem a convença a deixar essa tralha em casa! - resmunga, todas as manhãs, a mãe da Sara.
A Sara faz então uma cara amuada, porque a mãe não consegue perceber que são filhos e filhas que ela traz consigo, e não uma qualquer tralha. Se a mãe, antes de ir para o escritório, a vai pôr em casa da Mãe Joana, como poderia ela deixar os seus filhos sozinhos em casa? E nunca a Mãe Joana disse para a mãe da Sara:
- Ora então muito bom dia, deixe cá ficar a sua tralha.»

«"Isto." "Responsabilidade." "Interna."
Às vezes Melinda dava consigo a pensar que o único nome que raramente lhe chamavam era o seu. E se não serve sequer para ser chamado, então para que serve o nome que a gente tem?»

Outras Capas



NOTA: Não vou dar nota porque não é muito adequado à minha idade. Seria o tipo de livro que daria a qualquer criança com menos de dez anos. E tenho a certeza que ela o adoraria!

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