sábado, 28 de setembro de 2013

RESENHAS: "MOBY DICK" de Herman Melville





"O mar esteve presente na maioria de seus escritos. Moby Dick, a obra mais famosa, representou o auge de sua tentativa literária de comunicar o ímpeto, a majestade, o poder e os perigos dos oceanos."







Título: Moby Dick
Autor: Herman Melville
Outras Obras do Mesmo Autor: Typee (1846), Omoo (1847), Mardi (1849), Redburn (1849), A White-Jacket (1850), Pierre; or the Ambiguities (1852), Battle-Pieces and Aspects of theWar (1866), Clarel: A Poem and Pilgrimage in the Holy Land (1876), John Marr and Other Sailors (1888) e Timolean and Other Poems (1891)


Como Chegou Até Mim?
Comecei por baixá – lo em pdf e deixei – o uns tempos no telemóvel sem nunca lhe ligar. Tinha ouvido falar dele no filme "Matilda, a espalha brasas" há já muito tempo. Um dia uma das melhores amigas abriu o pdf e como gosta de ler sempre o final dos livros, leu as últimas frases: "É o Raquel. Procurando sempre o seu filho, recolheu apenas um órfão."
Nessa mesma noite comecei a ler, com o objetivo de dar apenas uma vista de olhos. Pouco depois já o tinha terminado.  

Resumidamente...



O livro fala sobre Ismael que, tendo dado conta de que estava quase sem dinheiro, decide voltar a navegar.
Parte então para Nantucket, berço dos baleeiros americanos e ponto de partida das mais antigas expedições. 
No entanto, o veleiro que servia a ilha já tinha levantado ferro, por isso é obrigado a esperar na estalagem da Baleia que Fuma  em New Bedford. Na estalagem é hospedado e fica no mesmo quarto que Queequeg, um canibal com o oficio de arpoador. Após o medo inicial, que rapidamente é superado, ambos se tornam bons amigos e chegando em Nantucket tentam embarcar no mesmo baleeiro. Apesar dos avisos sobre o capitão Acab os dois embarcam no Pequod. 
Descobrem mais tarde que Acab é um homem a quem uma baleia arrancou a perna e vive atormentado por isso. Moby Dick é o nome da baleia. É uma enorme baleia branca, muito velha e cravada de arpões. 
Durante o livro o Pequod percorre os sete mares em busca de Moby Dick. Nas suas viagens, cruzam – se com vários outros baleeiros e navios com os quais vivem as mais variadas situações e arpoam cachalote, mostram como procedem para o arpoamento e mais tarde na extração das matérias primas como por exemplo o espermacete ou o âmbar cinzento  substância muito apreciada.
Acab não desiste e continua procurando a baleia.
Durante o combate final três marinheiros são projetados fora. Um deles é Ismael, o único que sobreviverá para contar a história. Ele é recolhido pelo "Raquel", um navio com que se tinham cruzado anteriormente e cujo filho do capitão havia desaparecido após um encontro com Moby Dick.


Herman Melville(1819-1991)
Herman Melville nasce a 1 de Agosto de 1819, em Nova Iorque. Após o colapso do negócio de importação da família, em 1830, e a morte do seu pai, passados dois anos, Melville interrompe os estudos. Em 1837, quando se torna professor de instrução primária perto de Pittsfield, Massachusetts, já havia trabalhado num banco, na quinta de um tio e no negócio do irmão. Embarcará, dois anos mais tarde, como marinheiro na Marinha Mercante, numa viagem que o levará até Liverpool. Em 1840, regressado aos EUA, vagabundeia por vários empregos, para embarcar, no ano seguinte, no baleeiro Acushnet, numa viagem que durará quatro anos. Em Outubro de 1844 desembarca em Boston, após múltiplas peripécias no mar e em terras distantes. Junta-se à família, começando a escrever as suas «aventuras». Em 1866, Melville inicia uma longa série de poesia, abandonando virtualmente a prosa. Nesse mesmo ano, consegue trabalho na alfândega de Nova Iorque. Nos finais de Setembro de 1891, morre, esquecido, em Nova Iorque.

  
I Say...
Na minha opinião, sou sincera quando digo que este é um dos melhores livros que li. Sou apaixonada pelo mar. Desde pequena que preferia ser pirata a princesa. O livro é envolvente e viciante. Em pouco mais de três ou quatro noites consegui terminá – lo. 
É estranho ver como Ismael, o narrador, apenas aparece no inicio e depois se eclipsa, só voltando a surgir mais tarde numa estalagem na América Latina a contar uma história paralela à do Pequod e no final, aquando do seu salvamento.
Achei o acaso do seu salvamento algo extraordinário. Ri bastante quando Queequeg diz estar prestes a morrer e depois de lhe construírem um fantástico caixão recuperar de imediato. Ou do encontro com um navio francês em que enganam o capitão gozando com ele e dizendo – lhe disparates. 
No entanto, fiquei horrorizada quando Acab tempera o seu arpão com o sangue dos seus arpoadores e o batiza em nome do demónio ou quando Fedallah fica preso à baleia.
A cena mais triste foi quando o Pequod afunda. Eu só pensava: a Mary e o filho continuarão a subir até ao alto da colina à espera de ver Starbuck? Ele nunca voltará. Eu chorei muito no final. E levei meses a escrever sobre o livro. Mas finalmente aqui está.
Frases
«Chamem – me simplesmente Ismael. Aqui há uns anos – não me peçam para ser mais preciso – tendo-me dado conta de que o meu porta moedas estava quase vazio, decidi voltar a navegar...»

Simbolismo Bíblico
«Ismael é o nome do primeiro filho de Abraão com Agar, escrava de Sara, esposa dele. Entretanto, Deus havia feito sua aliança com Abraão e Sara, que em suas velhices geraram Isaque. Porém, a Ismael também foi prometido que dele seria feita “uma grande nação”. (...) A ideia aqui é de alguém abandonado à própria sorte (...) um mendigo chamado Elias profetiza que aquela viagem terminaria em desastre. Ora, Elias é considerado o maior dos profetas hebreus (...) E Ahab (...) é o nome de outro personagem bíblico (...) trata-se do Rei Acabe, rei de Israel (...) O reino de Acabe durou 22 anos e ele é reconhecidamente o rei mais cruel e ímpio que Israel já teve. E um dos profetas que fizeram frente a ele foi exatamente Elias.»


NOTA: 10/10   

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